sábado, 13 de setembro de 2025
passa-tempo recheado
sábado, 12 de julho de 2025
sábado, 31 de maio de 2025
meu luto
vivo no modo automático
até que uma música toca
e capota um carro no meu coração
você renasce nos objetos calados:
a caneca rosa com olhos de coruja
me espia da prateleira
o tapete ainda se enrola na sala
aquele que você odiava
e eu mantive
só por teimosia
E aquele jogo americano listrado
Chato de lavar, chato de guardar
sempre molho tudo
inclusive meu short
noite quente em santos
abri as janelas
e fui deitar
a sombra da árvore
brinca fora de hora no teto
logo adormeci,
até que um barulho me trouxe de volta
jurei que foi a geladeira estalando
mas lá no fundo, desconfiei de você
na dúvida, deixei a luz da cozinha acesa
sexta-feira, 17 de maio de 2024
Chove Chuva
gotas em queda livre
despencam do céu
mergulham em mim
plantas mudam de cor,
água escorre de folha em folha,
pingos acumulam no para-brisa.
meus óculos embaçam,
enquanto corro
inutilmente para não me molhar.
a imagem difusa se ilumina,
poças nascem,
guarda-chuvas desabrocham nervosos
chego em casa aflito
pingando, com o coração ensopado.
terça-feira, 7 de maio de 2024
quarta-feira, 17 de abril de 2024
inferno surrealista
prédios e suas varandas vazias
envidraçadas
lá de cima é possível ver
de um lado o brooklin
do outro, o campo belo
logo abaixo,
carros atravessam
o mar de asfalto congestionado
e de uma avenida, surgem outras avenidas e mais outras,
nasce uma rodovia, uma ponte
uma obra megalomaníaca de um monotrilho
E no meio dessa construção
vivem quatro famílias
cobertor pendurado na grade,
papelão, saco plástico
sofá rasgado, cachorro
colchão, fogueira, panelas
e no meio dessa tragédia social
um bebê sem camisa
enfia um biscoito recheado inteiro
na boca
seis horas em ponto
o trânsito pontualmente paralisa
de patinete elétrico, óculos escuros e sapatenis
um faria limer atravessa o congestionamento
e de repente, as janelas se acendem
piscam
ficam coloridas
decoração de natal
na avenida roberto marinho
o bebê surpreso
numa explosão de alegria
solta uma gargalhada
e deixa o biscoito cair
terça-feira, 26 de março de 2024
uma gota carrega tanta coisa
lágrima é a materialização física do abstrato
extrato concentrado de tristeza saturada
escorre pelos olhos feito tobogã
desliza pelo rosto e despenca
carregando consigo parte dessa saudade